A MÃO DO DIABO, NOVO ROMANCE DE JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS

O lançamento do novo romance de José Rodrigues dos Santos aconteceu este sábado, 20 de Outubro, na Sociedade de Geografia de Lisboa e contou com a apresentação de Henrique Medina Carreira.

A Mão do Diabo é uma aventura vertiginosa que nos transporta ao coração mais tenebroso da alta política e finança, José Rodrigues dos Santos volta a impor-se como o grande mestre do mistério. Além de ser um romance de cortar o fôlego, A Mão do Diabo divulga informação verdadeira e revela-se um precioso guia para entender a crise, conhecer os seus autores e compreender o que nos reserva o futuro.

A crise atingiu Tomás Noronha. Devido às medidas de austeridade, o historiador é despedido da faculdade e tem de se candidatar ao subsídio de desemprego. À porta do centro de emprego, Tomás é interpelado por um velho amigo do liceu perseguido por desconhecidos. O fugitivo escondeu um DVD escaldante que compromete os responsáveis pela crise, mas para o encontrar Tomás terá de decifrar um criptograma enigmático.

Vê aqui o video de apresentação do décimo romance de José Rodrigues dos Santos.


“Temos de cortar as despesas”, repetiu o director da faculdade. “As receitas caíram e, como o senhor reconheceu ainda há momentos, os gastos têm de se adequar a essa realidade. Em conformidade, iniciámos um programa para reduzir o nosso quadro de pessoal. Passei toda a semana a chamar aqui ao meu gabinete professores que não pertencem ao quadro para lhes explicar a situação e dizer-lhes que, infelizmente, não podemos continuar a contar com eles, como seria o nosso desejo, devido a esta situação terrível em que nos encontramos.”

O silêncio voltou ao gabinete, mais pesado do que nunca. Tomás manteve os olhos cravados no seu anfitrião, tentando digerir o verdadeiro significado do que acabara de escutar. Ele próprio, tomou consciência, não pertencia aos quadros e fora chamado pelo director.

“O senhor convocou-me para… para me despedir?”

Incapaz de se suster perante a brutalidade da pergunta, o olhar de João Água baixou para o soalho de cerejeira do gabinete. O director engoliu em seco antes de reunir coragem para voltar a encarar o seu abismado interlocutor.

“Lamento muito, Tomás.”

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