Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.

Constituição fraca, anemia chronica e um cão que lhe lambe os caldos. - Escusam de a empurrar que ella cahe por si
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança"

Começa assim o poema de Luís de Camões, popularizado na voz de José Mário Branco, mas com tanta mudança rapidamente voltamos à mesma posição inicial. Exemplo disso é a imagem que hoje apresento e que tem mais de 100 anos, no entanto a sua actualidade é chocante.

Como referi no post anterior, no fim de semana fui ver a exposição de retratos esculpidos em barro de Rafael Bordalo Pinheiro, e aproveitei para visitar o museu. Entre diversas peças encontrei várias ilustrações publicadas no periódico "O António Maria", jornal que Bordalo Pinheiro fundou com Guilherme de Azevedo. As sátiras à sociedade denunciando a crise económica e política eram recorrentes, manifestando a sua opinião de forma independente, face aos poderes instituídos, o que lhe trouxe alguns dissabores.

Destaco uma das ilustrações que gostei particularmente, intitulada 29 D'Abril - Aniversário da constituição, onde na legenda se lê "Constituição fraca, anemia chronica e um cão que lhe lambe os caldos. - Escusam de a empurrar que ella cahe por si". Chamo a atenção para os dois pormenores que apresento, os quais acho simplesmente fabulosos (click nas imagens para ampliar).

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